sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Com esse nome tem que ser campeão do MUNDO.

Estado: PERNAMBUCO O Clube:
Fundado em 01 de Outubro de 1983. O uniforme é composto por uma camisa com listras horizontais amarelas e pretas, calção preto e amarelo e meias com listras verticais pretas e amarelas. Presidente: José Raimundo FilhoEndereço: Rua Enoque Inácio, 765 - Centro - CEP 569000-000 - Serra Talhada/PE Telefone: (81)3831-1889Email: (81) serranonet@serranonet.com.brSite(s): www.serranonet.com.br

Descrição
Autor: Rui Grúdi
Nasceu o Serrano em nossa terra
Preto e amarelo bordaram sua bandeira
A torcida soltou o seu grito de guerra
Nosso Time não está pra brincadeira
Nos momentos de tristeza e de glória
No empate, na derrota ou na vitória
És belo, considerado
Sempre honrado neste sertão
Serrano sempre Serrano eu sou Serrano de coração.

Honra ao mérito


Antes de fechar o ano a Serranada passou a chave de ouro no meio acadêmico.

Nosso irmão Vidal Serrano Nunes Júnior é o mais novo LIVRE DOCENTE DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO e de quebra levou uma cadeira no Conselho Universitário representando a Igreja.

De quebra a Editora Verbatim (irmãos Serranos S/A) lançou suas duas primeiras obras:








      





quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Quanto há de Buch na chegada de Obama ao poder?


Pedro Estevam Serrano
 

O presidente dos EUA, George W. Bush, tem pela frente seu derradeiro mês no cargo de maior destaque e relevo nos dias atuais. Depois de chegar ao poder graças a uma eleição ainda hoje sob suspeita, ganhou força e o apoio dos americanos com o episódio do ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York. 

A derrubada das torres, um dos símbolos da força da economia americana, exibido em cartões-postais, marcou a escalada do discurso de combate ao terrorismo e de caça a Osama bin Laden. Baseado no medo, impôs legislações de exceção, ampliou o orçamento militar, correu o mundo atrás de terroristas e acabou por derrubar o regime de Saddam Hussein, no Iraque. Outrora aliado americano, como também o fora Bin Laden, Saddam Hussein foi enforcado a pretexto de se estabelecer uma democracia no país mulçumano.
 

Igualmente ao que aconteceu no Afeganistão, suposto abrigo de Bin Laden, a democracia não chegou ao Iraque. O que se vê é o recrudescimento da violência, a permanente troca de tiros, o flagrante desrespeito aos direitos básicos de humanidade. Tudo isso por parte de iraquianos e afegãos, mas substancialmente por parte das forças militares dos EUA, a começar da presença em território de outro país que está a milhares de quilômetros de distância do solo americano.

A chegada de Barack Obama à presidência dos EUA deu alento a muitos críticos das políticas de Bush. Cria-se a expectativa de que tamanhos despropósitos venham a ser superados e corrigidos com a chegada de Obama ao poder. O “fenômeno” eleitoral Obama parece ter obscurecido algumas análises sobre o que está por trás de sua vitória nas urnas. Isso porque a mesma eleição que levou o primeiro negro à Presidência da maior potência econômica e militar do planeta trouxe também outros sinais reveladores.
 

Como se sabe, os americanos, quando vão às urnas, além de escolherem delegados que os representam no colégio que elege o presidente, decidem questões de importância local e estadual. Os resultados das urnas revelam que, em três Estados, os americanos escolheram vetar a união civil de pessoas do mesmo sexo. Entre eles está a progressista Califórnia, berço do cinema americano e um dos Estados de vanguarda do país, onde residem muitos casais homossexuais. Flórida e Arkansas foram os outros dois.

Na Flórida e na Califórnia, Obama foi o mais votado, tendo John McCain vencido no Arkansas, o que mostra que não há, à primeira vista, um padrão de associação entre o voto em Obama e o voto a favor ou contra a união civil de pessoas do mesmo sexo. A opção por Obama, em tese mais progressista, veio acompanhada nesses Estados por escolhas mais retrógradas. Cabe perguntar
quanto há de Bush na alma do americano.
 

Após oito anos no poder, o republicano deixa o cargo reconhecendo que errou ao sustentar o que todos já anunciavam: o Iraque não tinha condições de produzir armas nucleares. O erro foi levado adiante, fazendo os EUA passarem por cima da ONU e implementarem uma verdadeira guerra civil no país. Junto com essa cruzada bélica, o mundo assistiu aos horrores de Abu Ghraib, com cenas explícitas de tortura de soldados presos em uma guerra inventada. Inúmeros são os casos de bombardeios e saques a templos sagrados, que remetem a épocas anteriores ao ano zero de nosso calendário. Um patrimônio histórico e cultural reduzido a pó em segundos no local onde existiu a civilização babilônica, a mesma dos jardins suspensos.

Indubitavelmente, foi George W. Bush que levou a campanha adiante. Mas o fez sozinho? Ou foi o artífice de um sentimento americano imperialista espraiado entre os cidadãos de seu país? Em que medida Bush é produto dessa sociedade que hoje elege Barack Obama, mas rejeita em alguns Estados a união civil de pessoas do mesmo sexo? Quanto há do atraso e da incivilidade de Bush no voto maciço em Obama?
 

Propaga-se um refazimento da sociedade americana com a chegada do primeiro negro ao mais alto cargo dos EUA, mas essa “reconstrução” de valores se mostra superficial ao observarmos que não haverá retirada imediata das tropas do Iraque. É fato que a gestão Obama ainda não começou e tudo está por ser escrito, mas é igualmente fato que ainda reluzem na alma americana muitos dos valores que levaram, mantiveram e incentivaram a Era George W. Bush.

Quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Manifesto Machista Serranista


 

Depois de inúmeras discussões quanto à incursão da mulher no mercado de trabalho, superamos as desigualdades e passamos a conviver na mais sublime harmonia.

 

Conseguimos matar a alma machista e espanhola de não aceitar mulher mandando e nos acostumamos a esse novo capricho (ou determinação – que assim seja) feminino de castigo físico e moral, nas inúmeras horas trabalhadas durante a semana.

 

Colocamos-nos em pé de igualdade, ou melhor articulando, aceitamos o fato puro e notório da mulher mandar em casa, no trabalho, na escola, na academia, no parque e agora inclusive no futebol.

 

Por isso, unidos e pautados na sobrevivência do homem como espécie masculinas, reivindicamos a nova interpretação da ordem sexual, sob a máxima da igualdade plena.

 

Agora chega, vamos botar as mangas de fora e brigar por nossos direitos masculinos de liberdade absoluta da essência máscula e fiel do macho brasileiro.

 

Vamos lutar pelo direito de ficar em casa cuidando da família, organizando a administração do lar e assistindo novela à tarde, enquanto a patroa corre no escritório.

 

Lutaremos por permanecer sentados no ônibus e exigir lugar especial para bêbados.

 

Esperaremos o convite para sair e atrasaremos duas horas em casa, com a mulher sentada no sofá conversando com nossas mães, enquanto decidimos a cor da cueca.

 

Não bastasse o atraso de duas horas na escolha da cueca, vamos exigir o filme do Rambo e a série Rocky o lutador, como programa de sábado à noite e não entraremos no carro enquanto a mulher não der a volta para abrir a porta.

 

Não mais dividiremos, quanto mais pagaremos, qualquer conta em boteco, a mulher terá arcar com todas as despesas da noitada.

 

Inclui-se como despesa de noitada a conta do motel. Sim senhora! Nada de fazer bico, por sinal, o bico passa a ser exclusivamente masculino.

 

Pronto. Quiseram espaço, pode pegar, mas agora terão os ônus desse espaço.

 

Viva a alma masculina.  

 

Antonio Carlos A P Serrano, brasileiro, corinthiano, sangue espanhol e macho pra c. rsrsrs.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Sobre os direitos humanos, a tortura silenciosa e ohomo sacer

Pedro Estevam Serrano 

A semana pela qual estamos passando é recheada de datas históricas e relevantes para a sociedade, a começar pelo dia 8 de dezembro, Dia da Justiça. Mas a mais significativa parece-nos ser a que se deu nesta quarta-feira (10/12), 60º aniversário da “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, texto máximo e basilar do que pode ser compreendido atualmente como o conjunto de princípios fundamentais daquilo que pretendemos chamar "civilização". Infelizmente, a última data marcante nestes dias é o próximo sábado (13/12), quando se completam 40 anos de um dos mais lamentáveis capítulos de nossa história: a decretação do AI-5 (Ato Institucional número 5).

A proximidade de datas nos incita a reflexões profundas sobre nossas condições de Justiça e humanidade, sempre assombrada pela supressão de direitos em nosso país. As duas primeiras datas nos obrigam a evocar que a atual composição do Supremo Tribunal Federal, desde o regime militar, é a que mais tem feito valer os direitos fundamentais em nossa história recente. Há casos concretos de decisões sumuladas que trazem em seu conteúdo inegáveis avanços com relação aos valores do Estado Democrático de Direito propugnado pela Declaração Universal, embora sejam passíveis, tais súmulas, de críticas quanto ao seu procedimento de produção, logo no âmbito estritamente formal. 

Uma análise mais acurada revela, no entanto, que a precária universalização desses direitos ainda é o grande obstáculo à Justiça no Brasil. Não é preciso muito para constatar que os direitos fundamentais ainda são aplicados quase exclusivamente a um segmento privilegiado da população, que tem condição de pagar advogado e promover uma defesa digna. À parte mais pobre da sociedade nada mais oferecemos do que a exclusão e a face mais violenta e abusiva do agir estatal. São verdadeiros homo sacer, no sentido emprestado à expressão por Giorgio Agamben, ou seja, seres destituídos da condição de humanos no trato real e cotidiano com as forças estatais.

O fosso social no Brasil é o carrasco primeiro da universalização da Justiça. E o acesso ao aparato judicial, indubitavelmente, constitui um dos direitos humanos fundamentais mais inobservados em nosso sistema sociopolítico. A desigualdade social, além de questão econômica, é problema político, que requer envolvimento da sociedade e a permanente conscientização de que só poderemos falar em direitos humanos e cidadania em suas acepções mais amplas se superarmos esse abismo social. Esse é o primeiro passo e para o qual devemos voltar nossas energias. 

Nos 60 anos de Declaração Universal, urge ressaltar que pôr a termo à injustiça social não é uma condição suficiente para solucionar as dificuldades de acesso à Justiça e galgar o respeito aos direitos fundamentais, mas é uma condição sine qua non. Não se consegue efetivamente universalizar direitos humanos sem uma sociedade mais justa socialmente e, por conseqüência, mais educada, porque, em última instância, quem defende os direitos humanos é sempre a própria sociedade. 

O menos abastado, o hipossuficiente, não tem condições de reagir a essa situação. Contra ele acaba prevalecendo a violência dos agentes estatais. Se olharmos pelo retrovisor da História, vamos enxergar que a Justiça no Brasil tem méritos, afinal, todos os tribunais têm reconhecido, cada vez mais, os direitos das pessoas. Mas a Justiça age quando provocada e, por isso, não pode ser responsabilizada pela não-universalização dos direitos. Esse é um problema da sociedade civil organizada, dos Poderes Executivo e Legislativo.

O intuito deste texto é incitar a sociedade a reagir contra o tratamento desigual dispensado às classes menos favorecidas. É preciso superar o fosso social em todos os níveis, mormente em violações flagrantes de direitos inerentes à integridade física e moral de cada cidadão das faixas mais pobres. Exemplo desse trato discrepante é o tema da tortura. Nesses dias em que se encontra em voga, corretamente, defender a punição aos torturadores do período militar e a abertura dos arquivos da ditadura, poucas são as vozes contra a tortura cotidiana que grassa contra os pobres nos estabelecimentos policiais e fora deles. 

De maneira acertada, e já defendi isso em outras ocasiões, ministros e nomes respeitados na sociedade pedem o restabelecimento da verdade, tornando públicos documentos e apurando crimes de lesa-humanidade praticados na época do regime militar. Será uma vitória da democracia e do Brasil a efetivação das devidas apurações. 

Mas, objetivamente, ainda há hoje uso de paus-de-arara, pimentinhas e cadeiras de dragão. O torturado, em contrapartida, é o descamisado e, por isso, não consegue ressonância na sociedade contra sua tortura. Os instrumentos de tortura estão vivos, funcionando, mas contra uma parte da população que não tem voz, que não é visível, porque não é portadora dos signos do pertencimento à sociedade de consumo. Há uma crueldade maior nessa dimensão, porque o torturado pelo regime militar é visível, percebido de alguma forma pela sociedade, e o torturado descamisado não. 

É premente ressaltar que a luta pela recuperação da História não elide a luta para que hoje se pare de torturar, uma tortura invisível contra os menos privilegiados, aplicada quando estes caem na rede do aparato policial. A tortura é sempre nefasta, mas o torturado que teve visibilidade, aquele do regime militar, pode ter a possibilidade de acolhimento por ocasião do resgate da História. Nos anos de chumbo, já existia a tortura invisível, talvez mais ofensiva aos direitos humanos do que a tortura visível. 

Lamentavelmente, o que se percebe é a existência de certo respaldo envergonhado da sociedade a esse tipo de conduta. Não há apenas uma aceitação calada, há omissão comissiva, uma omissão que estimula. A sociedade hoje vive um momento extremamente perverso, alimentando a crença funesta de que violência combate violência. A irracionalidade de tal modo de pensar é evidente até mesmo por sua incompatibilidade com os fatos históricos. Tortura e violência sempre foram a regra fática da ação estatal contra a criminalidade dos pobres, mas, mesmo assim, a violência nada mais fez do que crescer. Muito antes do PCC, havia o Esquadrão da Morte e os maus-tratos contra aprisionados do Estado. O surgimento da organização malfeitora não foi impedido pelos abusos e crimes estatais.

Essa idéia de combater violência com violência configura-se, no mais das vezes, em resposta afetiva ao problema, quando precisamos de formas racionais, maduras e equilibradas para tratá-lo.

As esferas superiores de governo, nas várias instâncias da Federação, têm-se mostrado inativas ao lidar com tais violações aos direitos humanos, feitas às sombras. Quando muito, o tema é objeto do discurso e da ação de algumas organizações não-governamentais, que heroicamente tentam combater a prática oculta e latente.

É bem verdade que a convivência social contemporânea exige maior rigor na ação policial do que a imaginada no exórdio do pensamento iluminista que informou a construção de nosso atual modelo civilizatório. Mas também é evidente que medidas de curto prazo, de combate vigoroso à violência, serão sempre insatisfatórias se não acompanhadas de medidas estratégicas de médio e longo prazo, que mitiguem e eliminem nossas injustiças sociais. Nós, incluídos, temos de optar por distribuir um pouco do que temos em prol de uma vida social menos injusta e mais pacífica.

O trabalho persistente em favor das indenizações às vítimas da ditadura, iniciado no governo Fernando Henrique Cardoso e que prossegue no governo Lula, bem como a luta de setores sociais organizados pela abertura dos arquivos do período, inobstante totalmente acertados em seu mérito, não podem criar a ilusão de que resolverão o problema da tortura em nosso país. A tortura silenciosa, que é feita contra a maioria da população há décadas, tem guarida na sociedade, que tem sido permissiva com sua prática por falta de esclarecimento cumulada com justa indignação com o aumento da violência criminosa no ambiente social. 

Essa tortura invisível precisa ser combatida. E o que se verifica é que há timidez nos governos anteriores, timidez no atual governo, timidez no Legislativo, timidez no Judiciário, timidez no Ministério Público para enfrentá-la. Poderia haver forças-tarefa, grupos para combater, de forma orgânica, o problema, uma política de Estado que enfrente a tortura. Mas o envolvimento da sociedade na resolução dessa profunda doença é necessário e anterior. 

Na década de 1970, Stanford realizou famoso experimento com o qual demonstrou que a prática de tortura não é exclusividade de sádicos e seres atormentados. Qualquer pessoa pode torturar quando estimulada pelo meio, quando se sente pertencendo a uma instituição coletiva e com o apoio desse ambiente coletivo. É o apoio da sociedade que dá base para a tortura e acalanta a consciência do torturador. Pratica-se a tortura, no mais das vezes, não por perversão, mas pela crença de estar “fazendo o bem, combatendo o mal”. 

A melhor forma de pôr fim à tortura é acabar com o apoio que a prática recebe da sociedade, tratá-la com o asco que essa conduta merece, com a reprovação que merece. Cabe às autoridades estimular isso nas pessoas, educando-as para a cidadania e para a civilização.

Fazemos campanhas contra a violência, contra a Aids, pelo consumo responsável de bebidas alcoólicas. Deveríamos fazer uma campanha pública contra a tortura. Para desestimular o fumo, temos fotos de doentes nas embalagens de cigarro, ou seja, há estímulo visual contrário ao ato de fumar. E o que é feito em relação à tortura? Se as pessoas vissem o que é uma sessão de tortura, ninguém a apoiaria. Se as pessoas vissem o que é submeter um ser humano preso, impotente, à sevícia física por uma outra pessoa psicopatizada pelo estímulo de seu ambiente social, repudiariam esse tipo de atitude. Se isso fosse levado adiante, se houvesse conscientização, sem dúvida, aflorariam reações. 

Uma coisa é certa: a tortura é um crime cometido com participação do corpo social. Por isso, todos nós somos responsáveis por sua prática. A indiferença à tortura é o grande delito contemporâneo do qual todos, em alguma medida, somos partícipes e co-autores. 

A crueldade concreta da tortura é inegável, mas, em geral, os que a infligem se justificam numa condição abstrata atribuída à vitima, qual seja a de ser ela um “bandido” ou “vagabundo”. O que em verdade observamos na atribuição de tal qualificativo não é a condição de descumpridor das leis por parte do alcunhado, mas, sim, sua pobreza, seu não-pertencimento à sociedade de consumo melhor estratificada. Incluídos, quando são aprisionados por cometimento de delitos e ilegalidades, não são vitimas de tortura e de violência física mais intensa do que o uso abusivo de algemas.

Por isso, a expressão homo sacer. Apesar de significar “homem sagrado” em latim, era o homem que todo o mundo podia matar no Direito romano arcaico, de onde Agamben foi resgatar o conceito. Homo sacer são os excluídos de hoje. Há uma autorização implícita da sociedade para que se cometam abusos contra as pessoas e contra a própria ordem jurídica, quando as vítimas de tais violências são pessoas excluídas dos signos do pertencimento ao consumo, quando não são a “gente bonita” que freqüenta as casas noturnas da Vila Olímpia e as lojas da Oscar Freire, em São Paulo. Crime e pobreza são irmãos siameses no imaginário social.

Nos dias finais deste 2008, após datas comemorativas e amargas, nossa reflexão deve se voltar para a existência desse enorme abismo entre condições de vida. Combater o amparo que damos, como corpo social chamado sociedade brasileira, à existência desse nível de exclusão e lutar por tratamentos mais equânimes e dignos a todas as pessoas talvez seja a melhor contribuição que podemos dar aos direitos humanos e à humanidade. Nosso fruto será, certamente, a paz que todos desejamos.

Quinta-feira, 11 de dezembro de 2008